quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Criatura Ama Assim



>>>Mesmo não vivendo com um modo de vida religioso, não deixei dos princípios que reformularam humano que hoje sou. Esse poema nasceu ao final do Retiro Inaciano. Trinta dias no silêncio e um resultado fantástico para minha vida! Vejam...<<<

Era pequeno, começou como um nada,


Era simples sopro
No fundo tudo foi-se gerado
Este algo pequeno conseguiu uma força
Para girar e gerar outro, e mais outro...

Há um artista, que como num torno,
Vai modelando, dando as formas, as linhas,   
Os traços do que será.

Será, é, foi uma explosão de Amor
Que cria, que dá vida,
Uma vida que viceja a cada amanhecer
Ganhando o seu alimento no Sol,
A fonte de calor e luz.

Em outra explosão de Amor,
tudo vai se juntando em um ser apenas:
da  água,                 da terra,
                    do sopro,                                do fogo
E mais interessante:
                               Do Amor.

Quando lhe falta a água, sente sede;
Quando lhe falta a terra, sente fome;
Quando lhe falta o sopro, sufoca;
Quando lhe falta o Amor, não sente nada.

Não é para ficar quieto, irrelutante.
É para buscar, encontrar.
É necessário que se vá atrás de uma Chuva
Que vem das nuvens
É preciso correr atrás dos bens
Que lá de cima vem.

Está em tudo, é tudo, faz tudo
A nós envia a bondade, a ternura,
A justiça, a paz... Em algumas nuvens
De chuvas torrenciais
Só precisamos ser seres de buscas radicais.                           

Radicalidade que exige a própria doação:
Da vida, da liberdade e das vontades
E cada vez que se encontram estas nuvens
É uma gratidão sem medidas.

Uma coisa apenas: encontrar esta nuvem
É única graça.
Depois carregar os irmãos, isto é o que basta.

Oscar Gilberto Rodas Gomes
Retiro de XXX dias, junho de 2008.     

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