terça-feira, 29 de maio de 2012

De um Olhar... a vendedora de pastéis

Eram simples pastéis...
Foram só três!
Mas um apenas o olhar
Dizia verdade, trazia a sinceridade!

Nele cabia uma dignidade
Num espaço em que se sentiria indigna por tantos
Fadada, não se cansava.
Olhava e não se esquivava

A vergonha devia passar longe dela agora
Tinha uma família
Tinha por quem mais olhar.

Um olhar cansado mas um ver de busca incessante...
Via, não só!
Olhava, algumas coisas!
Os olhos dela não mais viam simplesmente,
Demonstravam:
A justiça
A coragem
Por isso, faz renascer!

Oscar Gilberto Montiel Rodas
26.03.2011

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O que se estela?

Pulsa, sinto, dói
Faz falta, geme
Algo me corrói...

Tudo se emaranha
Quem diria, hoje,
Uma grande façanha!

Bom grito, se estela
No meu peito.

Gemo, choro, rio
Viu?
De cada passo uma lanterna
Uma luz interna
Que lateja eterna.

Oscar Gilberto Rodas Gomes
13 de julho de 2009

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Estrada


Já cansei desta estrada
Onde se diz que o Amor
É a Razão.

E o outro é,
Na certa,
Um simples desejo
que completa.

Oscar Gilberto Montiel Rodas,
14.3.10

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pequena Árvore do Sentir

Num local diferente daquele imaginado pelos homens, senhores e senhoras, lá, bem onde, nunca o olhar humano havia estado, existia uma linda e pequena árvore...
            Todavia, lá esteve bem antes do que se podia imaginar, era um nada antes do ser, só havia a terra mexida por mãos desconhecidas, daquilo novo de um lugar muito louco. Essas mãos bagunçavam a terra sem nenhuma razão, sem nenhum porque, apenas por querer.
Certo dia, as mãos ganharam uma pedra de um homem de barba diferente, que não se sabe d’onde vinha. Colocaram a pedra na terra, mas não era pedra, era uma “viva-pedra” que traria, por aquelas mãos, uma experiência nova aos inimagináveis e longínquos homens que pouco conheciam, porque os homens vivem constantemente num breu do Universo e com a mesma constância, procuram incessantemente a Luz.
A terra mexida, com a “viva-pedra”, foi posta numa linda bandeja de brocados e sem pintados, sem saberem, a “viva-pedra” transmutou-se, ela germinou, cresceu. Tornou-se uma planta à ela enxertou-se, com confiança, a amizade. Ela crescia em meio ao carinho e mais, o amor que nela depositaram, evoluía a cada dia. O objetivo era cuidá-la de tal modo que nunca saísse da bandeja, era uma planta diferente, exigia podas periódicas, a água e o adubo na medida certa.
Passados tempos, num crescimento harmonioso daquele ser vegetal, dois aventureiros da distante humanidade o descobriram – claro, depois de escalarem escarpas, andarem por chapadas, cheia de desafios, depois das cataratas – em cima de uma mesa, a bandeja com aquela árvore. Foi quando as generosas mãos lhes ensinaram a cuidar dela e só então resolveram carregá-la até a humanidade de cada um.
Lá, na terra de onde vieram, ela foi posta no meio da sala, numa mesa tão bonita e grande quanto a que tinham observado, começaram a cuidar da pequena planta, e aos poucos, ela teve uma apreciação maior do que a encontrada nas outras árvores, há muito cultivadas por eles, o fato é que ela era uma arvorezinha diferente. Além de adubo, d’água e poda, exigia-lhes mais que o simples cuidar, precisava de um todo sentir. Era cultivada com arte e muito desejo, no mundo dos homens é assim: a vida é a bela arte de saber cultivar o sentir. A ela, por fim, deram o nome de Pequena Árvore do Sentir.
Oscar Montiel Rodas,
9 de maio de 2012.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Assim acontece o sentimento


Não paro de pensar...

De querer...

De sentir...

Vontade em contigo estar.



Medo que venho a ter:

Do perfume que quer ficar.

Parece em mim estacionar:

O sentimento de outro, e permanecer.



Mesmo na mudança,

Não me traz medo!

Então segurança.



De um novo viver

De alguma maneira,

Leva-me a um novo suspiro:

Que a teu alento quero ceder.



Contigo,

Em você:

Permanecer.



Oscar Gilberto Montiel Rodas

02.05.2012