sábado, 27 de agosto de 2011

Cadeia

>>> De um dia de visita no presídio feminino Bom Pastor, em João Pessoa<<<

Um olhar de princípio
Antes de ver contudo,
Querer, mas também
O receio confuso.

O esquema permite
Que entremos:
E lá estamos.

Sem dizer nada,
O tédio
Desejando tudo,
Sair daquele prédio

Uma e outra moça,
Senhora talvez,
Ou simples menina
Com uma criança balança.

Vida triste.
Corrupção da sociedade.
Escárnio dos mal feitores.
Sugeira de uma má educação.

Reeducandas?
Só se for para triste vida
Lá se perde o que não tem:
A dignidade do bem.

Oscar Gilberto,
13. 02.10

domingo, 21 de agosto de 2011

Pujança do Egito


>>> Uma aula de História antiga me inspirou<<<


Numa sala grande
Se encontra você
Sozinho, porém
Sem, sem ninguém
Vê pessoas passarem
Mas apenas gatos sentarem

Poltrona ornada
O seu povo não tem nada:
Nada de beleza
Nada de coisas
Nada de esperteza
O seu povo é escravo Seu!

Mas eles têm clareza,
tem trabalho
tem trama
e não tem salário.

Você se orna
Sendo quem vigora
Faraó de outrora
Um deus não chora.

Do Nilo dádiva
Egito, um dia sumindo.
Antes de sucumbir:
Pirâmides, túmulos
Desenhos e hieróglifos
Mas é apenas no plantio e regadio
Que o povo mata a fome do fastio

Ainda para o seu povo
A morte é única esperança
De um dia naquele corpo
feliz volt´alma e descansa.

Oscar Gilberto,
17.3.10



domingo, 14 de agosto de 2011

O Homem do outro

>>Tenho um grande amigo que já vi muitas vezes se abnegando por causa do demais...<<


Geralmente ocupado
Mas hoje aqui, como sempre dirás:
Aqui tenho estado

Num estado que de repente
Não te pertence
Pois não é teu o trabalho

Faz para o outro
Cansas-te, envelheces
Faz para o outro, assim,
O mundo cresce

Com tuas mãos trabalha
Em tuas mãos Ele tece
Isto...
Deixa!
Aquele que Ama, a Ti Fortalece.

Por ti Aparece
Contigo Se cansa
Em Ti...
Quem? Calma.
De vez em quando não te estremeces?
É Cristo, nossa Esperança, não te parece?


Oscar Gilberto Rodas Gomes
22/10/2009. Ao P. Clúdio Pires, Sj

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Meus cálidos

>>> Nos períodos de inverno eu sempre reflexionava em relação àqueles que passamvam frio...<<<


Cobertores, cheios de horrores!
Não me perturbe veja-se bem
Longe! Hoje estou em meus costumes.

Cobertores sim, meus também, cálidos.
Enfeitam meu exterior,
Não quero saber, não vejo ninguém.

Não me perturbe, estou nos meus costumes.
Estou sem frio, você pra mim é um calafrio.
Se não fosse você eu estaria acomodado.
Mas você é jogado, me deixa acordado.

Outros o condenam,
À eles é incomodo
Inquieto-me com isto.
Estão embaixo de seus cobertores.
E eu? Como?
            Como?
Oscar Gilberto Rodas Gomes
2009