segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ínclito Amigo

Coisa boa,
Gostosa,
O encontro nunca a toa.

Permitiu apenas um momento
O encontro,
Um sustento.

As vezes passa rápido;
As vezes passa devagar;
Por vezes apenas ínclito.

Ficou, amigo.
O suficiente para ser. 
Nunca teve
Só isso digo. 

Oscar Rodas,
31.08.2015

domingo, 12 de abril de 2015

Uma gruta interior

Quando Ele se entregou não desejou permanecer na Cruz, tinha certeza que as grades da sua prisão eram apenas sombras.  Talvez ao serem abertas tornariam-se a entrada de uma gruta e que só ao final ele viria, não se tornando mais livre,  mas a própria palavra Liberdade ressurgindo da agonia pura e humana.  Ao final,  hoje é um dia de interior, mas para alguns, há um desejo de morrer com Cristo, outros querem desesperadamente retirar os cravos e baixo-lo do lenho. Mas será uma morte puramente fisiológica a morte da salvação?  Por que eu, ou você,  queremos tirá-lo de lá?  Que medo é esse de enfrentar aquilo que deve morrer, extirpar-se para transformar? Aliás,  as grades da prisão de Cristo,  não são as portas de minha gruta interior, o meu sepulcro?
Um amigo me disse: " que nesta Páscoa Cristo ressurja vivo em seu coração"! Por um momento analisei a proposta do meu coração estar sendo uma gruta, porque Ele ressurgiu de uma [pretensão ou fé? ]. Ao fim respondo que Está,  e espero que seja por um tempo suficiente para que a morte interior reviva,  como a proposta Evangélica que Cristo nos traz: a novidade da vida Livre,  da vida em paz, de uma humanidade digna! Obg Senhor, sem sua morte eu não poderia olhar a minha gruta interior!
Oscar Rodas
Sexta santa de 2015

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sem Intervir na Liberdade: Viva. Atente-se e Nunca se Amedronte.

Escolha bem ou mal
Escolha o certo e o errado
Escolha
O medo é uma escolha


De um presságio medieval surgiu a frase 'não tenha medo dos mortos, ou dos maus espíritos, tema apenas o não conhecimento da fronteira entre você e o que você ainda não viveu!' é o que estava lendo um passante que ia de encontro ao seu terno amigo...

Augusto estava caminhando já fazia três dias pela mata, pois seu amigo Cristiano morava na choupana que havia construído longe da população, do vilarejo de Passarela. O pobre viajante decidiu caminhar à casa de seu amigo para partilhar que já não aguentava mais morar sozinho e sem entender muitas coisas: de como era incompreendido pelas pessoas por pensar em tantas coisas boas à construção daquele humilde vilarejo.

Embora tenha a fama de ser heróica sua índole, como era terrível a Augusto passar pela mata para trocar um dedo de prosa com seu amigo. Temia as almas mortas que estavam por lá! É o que rezava a lenda daquele lugarejo. Todos os dias ouviam-se estórias de pessoas que iam à beira da floresta pelo fim da tarde, adolescentes namoradeiros, e que saiam derradeiros e aos gritos quanto ouviam o simples tintilar do vento nas copas das árvores. Mas, angustiado, Augusto partiu, aventurando-se mata adentro...

Não pensou duas vezes quando chegou na parte mais escura da floresta, momento em que nem os raios do Sol do meio dia penetravam as copas, ouvindo passos e grunhidos saiu em disparada ao caminho que já havia feito, claro lhe parecia mais seguro só porque já o fizera até ali. Mas pelo contrário, esse caminho inverso foi mais tortuoso, só desta vez fez um caminho com receios e não percebeu os detalhes importantes para o seu retorno,  mesmo que às pressas. Parecia estar perdido, e pasme, num caminho que já havia feito.

Só podia parar e se concentrar, afinal, o que o afugentava tanto? Parou! Respirou! Olhou! Silenciou! E por fim, ouviu... Por um longo período: nada, nada ao redor somente o vento batendo nas copas das árvores. Começando a se perguntar simplesmente se deparou consigo: por quê corri? Afinal, do que corri? Quem, na cidade, disse que ao sentir qualquer diferença na floresta eu deveria correr?! Infelizmente Augusto não saberia responder esta pergunta, não encarou aquele momento propício para isso, ouviu demais os outros.

Deu-se conta de que por um momento na vida escolheu o medo dos outros para sobreviver, e dessa forma o seu medo o fez perder talvez um novo conhecimento, uma nova aventura. Retomou sua caminhada solitária, mas sem se dar conta que a lição daquela aventura já tinha sido aprendida. Ao chegar na choupana do amigo, este simplesmente disse: venha Augusto, sua lição está apenas começando...

Oscar Rodas,
10 de fevereiro de 2015.