domingo, 12 de abril de 2015

Uma gruta interior

Quando Ele se entregou não desejou permanecer na Cruz, tinha certeza que as grades da sua prisão eram apenas sombras.  Talvez ao serem abertas tornariam-se a entrada de uma gruta e que só ao final ele viria, não se tornando mais livre,  mas a própria palavra Liberdade ressurgindo da agonia pura e humana.  Ao final,  hoje é um dia de interior, mas para alguns, há um desejo de morrer com Cristo, outros querem desesperadamente retirar os cravos e baixo-lo do lenho. Mas será uma morte puramente fisiológica a morte da salvação?  Por que eu, ou você,  queremos tirá-lo de lá?  Que medo é esse de enfrentar aquilo que deve morrer, extirpar-se para transformar? Aliás,  as grades da prisão de Cristo,  não são as portas de minha gruta interior, o meu sepulcro?
Um amigo me disse: " que nesta Páscoa Cristo ressurja vivo em seu coração"! Por um momento analisei a proposta do meu coração estar sendo uma gruta, porque Ele ressurgiu de uma [pretensão ou fé? ]. Ao fim respondo que Está,  e espero que seja por um tempo suficiente para que a morte interior reviva,  como a proposta Evangélica que Cristo nos traz: a novidade da vida Livre,  da vida em paz, de uma humanidade digna! Obg Senhor, sem sua morte eu não poderia olhar a minha gruta interior!
Oscar Rodas
Sexta santa de 2015