quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pequena Árvore do Sentir

Num local diferente daquele imaginado pelos homens, senhores e senhoras, lá, bem onde, nunca o olhar humano havia estado, existia uma linda e pequena árvore...
            Todavia, lá esteve bem antes do que se podia imaginar, era um nada antes do ser, só havia a terra mexida por mãos desconhecidas, daquilo novo de um lugar muito louco. Essas mãos bagunçavam a terra sem nenhuma razão, sem nenhum porque, apenas por querer.
Certo dia, as mãos ganharam uma pedra de um homem de barba diferente, que não se sabe d’onde vinha. Colocaram a pedra na terra, mas não era pedra, era uma “viva-pedra” que traria, por aquelas mãos, uma experiência nova aos inimagináveis e longínquos homens que pouco conheciam, porque os homens vivem constantemente num breu do Universo e com a mesma constância, procuram incessantemente a Luz.
A terra mexida, com a “viva-pedra”, foi posta numa linda bandeja de brocados e sem pintados, sem saberem, a “viva-pedra” transmutou-se, ela germinou, cresceu. Tornou-se uma planta à ela enxertou-se, com confiança, a amizade. Ela crescia em meio ao carinho e mais, o amor que nela depositaram, evoluía a cada dia. O objetivo era cuidá-la de tal modo que nunca saísse da bandeja, era uma planta diferente, exigia podas periódicas, a água e o adubo na medida certa.
Passados tempos, num crescimento harmonioso daquele ser vegetal, dois aventureiros da distante humanidade o descobriram – claro, depois de escalarem escarpas, andarem por chapadas, cheia de desafios, depois das cataratas – em cima de uma mesa, a bandeja com aquela árvore. Foi quando as generosas mãos lhes ensinaram a cuidar dela e só então resolveram carregá-la até a humanidade de cada um.
Lá, na terra de onde vieram, ela foi posta no meio da sala, numa mesa tão bonita e grande quanto a que tinham observado, começaram a cuidar da pequena planta, e aos poucos, ela teve uma apreciação maior do que a encontrada nas outras árvores, há muito cultivadas por eles, o fato é que ela era uma arvorezinha diferente. Além de adubo, d’água e poda, exigia-lhes mais que o simples cuidar, precisava de um todo sentir. Era cultivada com arte e muito desejo, no mundo dos homens é assim: a vida é a bela arte de saber cultivar o sentir. A ela, por fim, deram o nome de Pequena Árvore do Sentir.
Oscar Montiel Rodas,
9 de maio de 2012.

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